quarta-feira, 30 de março de 2011

Formação da nação brasileira em "Iracema" (1865) e "O Guarani" (1857) de José de Alencar


"Iracema", um dos mais belos romances da literatura romântica brasileira, foi publicado em 1865 pelo escritor José de Alencar.

O romance conta, de forma quase poética, o amor de um branco, Martim Soares Moreno, pela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel.

A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema (anagrama de América) representaria a natureza virgem e a inocência enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus grego da guerra, Marte) representa a cultura europeia.

Da junção dos dois surgirá a nação brasileira representada alegoricamente, então, pelo filho do casal, Moacir ("filho do sofrimento").


Lenda ou romance, Alencar aborda em Iracema (segundo alguns críticos) a história da fundação do Ceará e o ódio entre duas nações inimigas (Tabajaras e Pitiguaras), recorrendo a circunstâncias históricas e utilizando personagens reais como Martim Soares Moreno e o índio Poti (Antônio Felipe Camarão).

O filme

Em 1979 foi lançado o filme "Iracema, a virgem dos lábios de mel" com realização do brasileiro Carlos Coimbra, que era uma forma de aproveitar a beleza da atriz Helena Ramos, um símbolo sexual dos anos 70 e das "pornochachadas".


O protagonista masculino (Martim Soares Moreno) era o actor português Tony Correia que participara (entre outros trabalhos) na novela "O Casarão" e no filme "O Guarani" de Fauze Mansur.

Carlos Coimbra obteve um grande sucesso de bilheteira com "Iracema", o que incentivou a criação da produtora "Adepi do Brasil", em parceria com Tony Correia. A dupla lançou, em 1982, o filme "Os Campeões", com Armando Bógus e Monique Lafond no elenco, que no entanto não repetiu o sucesso do filme anterior.

"O Guarani" de José de Alencar



O primeiro grande sucesso de José Alencar foi "O Guarani" (que significa o indígena brasileiro), que conta a história de amor entre o índio Peri e Ceci, filha do colonizador português D. Antônio de Mariz.

"Na primeira metade do século XVII, D. Antônio de Mariz, fidalgo português, leva adiante no Brasil uma colonização dentro do mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria."

Fontes: Nação Mestiça Meia Palavra / Filmes raros / Dramaturgia Brasileira / Enciclopédia do Cinema Brasileiro

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