Salomão [Solomon] Nunes Carvalho, um descendente de judeus portugueses nascido na cidade de Charleston, na Carolina do Sul, foi o primeiro fotógrafo a atravessar os Estados Unidos da América e a registar com a sua objectiva as paisagens e as gentes do longínquo e mítico Oeste americano.
Integrado na quinta expedição do coronel John Charles Frémont, destinada a explorar traçados possíveis para o caminho de ferro entre o rio Mississippi e a costa do Pacífico, Nunes Carvalho tirou mais de 300 fotografias (daguerreotipos) da expedição, muitas delas em condições de extrema dificuldade.
O coronel John Charles Frémont tentara recolher registos fotográficos das suas viagens anteriores, chegando mesmo a tentar ele próprio a complexa arte do daguerreotipo, mas sem qualquer tipo de sucesso. É a sua reputação que faz com que Frémont convide Nunes Carvalho para acompanhar a expedição.
Considerado um dos melhores daguerreotipistas americanos da época, Salomão Nunes Carvalho tinha um estúdio na cidade de Baltimore e era reconhecido também como retratista e pintor. Alguns dos seus desenhos chegaram a figurar nas notas de um dólar da Reserva Federal.
Família judaica
O seu pai, David Nunes Carvalho, fora um dos principais impulsionadores do movimento de reforma litúrgica judaica nos EUA, defendendo a tradução dos livros de orações e a introdução de sermões em Inglês nas sinagogas, chegando a ser um dos fundadores da Reformed Society of Israelites de Charleston, a primeira congregação americana do judaísmo reformado.
O tio de Salomão, Emanuel Nunes Carvalho, mais tradicionalista, era hazzan (condutor da liturgia) da comunidade de judeus portugueses de Barbados, emigrando depois para os EUA, onde exerceria as mesmas funções nas sinagogas portuguesas de Charleston e Filadélfia. Em 1815, o ano em que Salomão nasceu, o seu tio publicou o primeiro livro de gramática hebraica escrito por um judeu nas Américas. (...)
Fonte/Mais informações: Rua da Judiaria
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