Gilda Valença (Ermenegilda Pereira) nasceu em 13 de Fevereiro de 1926 em Lisboa. Irmã da também cantora Ester de Abreu e da actriz Julieta Valença, começou a cantar em 1953, já no Brasil, quando gravou pela gravadora Sinter a marcha "Uma casa portuguesa", seu maior sucesso, e o bolero mambo "Vê... lá bem".
Chegou ao Brasil em setembro de 1949 a convite da irmã, Julieta Valença, que já residia no Rio desde 1938, quando aí se apresentou como artista da Companhia Teatral de Estevão Amarante.
Numa festa, em casa de amigos, Gilda cantou uns fados. Lá estavam o compositor Fernando Lobo e a sambista Aracy de Almeida, que se entusiasmaram com a voz da bela cachopa. Recomendaram a jovem a Luiz Jatobá, da TV Tupi, que foi cantar a um programa com Ary Barroso. Bonita e simpática logo ganhou aceitação do público e o sucesso da crítica.
Precisou mudar seu nome artístico de Gilda de Abreu, por ser homónimo da consagrada estrela brasileira, esposa de Vicente Celestino. Passou a ser a Gilda Valença, já que sua irmã Julieta utilizava o sobrenome “Valença”.
Actuando como Severa na TV Brasileira (anos 60) |
Luiz Galvão estava em vésperas de estrear a sua Companhia de Revistas no Teatro Recreio, com a peça “Que espeto, seu Felipeto”. Quase no dia da estreia Gilda é chamada para substituir uma colega.
Enquanto fazia teatro, foi para o show da "boite" Night and Day tendo participado no pocket show “Alô Carnaval”, com Armando Nascimento. Aos poucos se tornou a intérprete do fado no teatro.
Um dos maiores sucessos de 1963 no Brasil foi a versão de "Foi Deus" de Gilda Valença. O tema foi incluído no álbum "Marcha Rancho - Um Toque Brasileiro Nos Grandes Sucessos de Portugal", no qual sucessos da música portuguesa foram gravados com arranjos de marcha rancho e acompanhamento da Lira do Mestre Lula e Grupo de Coristas.
Outros temas em destaque na carreira da cantora foram: "Corridinho nº 1" (da autoria de Melo Jr. e Silva Tavares), "Fado de Vila Franca" (João Nobre), "Lisboa antiga" (Raul Portela, Amadeu do Vale e José Galhardo) e "Cantiga de rua" (João Bastos e António Melo).
Actuou também como actriz nas revistas "É fogo na roupa" e "Que espeto, seu Felicidade!", e continuou gravando álbuns como "Selecções de A Severa" e "Passaporte internacional".
Cinema e TV
A partir da década de 1960 passa a actuar na televisão, participando em diversas novelas da TV Tupi: "Amália" (1968), "Maria das Graças" (1971), "A Fábrica" e "Antônio Maria" (1973).
De 1966 a 1968 participou do programa de TV "Revista do Rádio em Portugal", ao lado de grandes nomes da música brasileira, sob comando do cantor Manoel Monteiro.
Canta "Uma Casa Portuguesa" em "O Petróleo é nosso" |
Sua estreia no cinema brasileiro deu-se em 1954 quando participou do filme "O Petroléo é nosso", cantando "Uma casa portuguesa".
Regressou ao cinema 19 anos depois, quando o popular actor e produtor Mazzaropi - com quem trabalhou entre 1973 e 1980 - a convidou para participar nos filmes: "Portugal... minha saudade" (1973), "O Jeca macumbeiro" (1974), "Jecão... um fofoqueiro no céu" (1977) e "Jeca e seu filho preto" (1978).
Fontes: Cifra antiga / Marcelo Bonavides / "Revista do Rádio" / Mundo Lusíada / Cantoras do Brasil / Blog "Cá e Lá" / Thais Matarazzo
Videos: "Casa Portuguesa" em "O Petróleo é nosso" (video de baixa qualidade mas som restaurado) / Moffo Arquivos
2 comentários:
No http://www.mercadolivre.com.br/ tem capas mais legais.
O nome dos autores (Siqueira, Manoel Baião) está incorrecta. Também tem erros de transcrição da versão brasileira.
http://dicionariompb.com.br/gilda-valenca/dados-artisticos
https://run.unl.pt/bitstream/10362/9444/1/Fado%20Tropical_Catarina%20Faria.pdf
https://issuu.com/thaismatarazzo6/docs/enciclopedia_fadista
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