sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Alfred Lewis (1902-1977), fundador do romance luso-americano

Romancista, contista, poeta e dramaturgo, Alfred Lewis, nascido Alfredo Luís, em 1902, na ilha das Flores, emigrou para os Estados Unidos aos 19 anos de idade, em 1922, nos últimos anos da segunda onda de emigração portuguesa para aquele país.

Lewis era filho de baleeiro, imigrante pertencente à primeira onda ligada à indústria baleeira americana, cujos grandes barcos faziam escala nos Açores para reabastecimento e recolha de tripulantes.

Se, como profissional, Lewis granjeou um certo êxito (formou-se em Direito e exerceu o cargo de Juiz Municipal), não foi menos o seu triunfo nas letras. Com efeito, Lewis tornou-se o primeiro e único imigrante português a conquistar a atenção do público vasto de língua inglesa.

Ele é autor de contos publicados numa revista literária de prestígio nacional, Prairie Schooner, tendo estes relatos dramáticos, que descrevem uma sociedade multi-racial, composta de mexicanos, portugueses, arménios e anglo-americanos, merecido referência numa antologia de grande renome, The Best American Short Stories, dois anos seguidos, em 1949 e 1950.

O seu maior sucesso editorial foi "Home is an Island" (1951), romance autobiográfico cujo protagonista jovem está prestes a emigrar para a América, descrevendo a vida numa pequena aldeia nos Açores, no princípio do século XX.

Após a sua morte, foi publicado "Sixty Acres and a Barn", romance de formação que conta a história de Luís Sarmento, imigrante açoriano que encontra na América um espaço de tolerância, prosperidade e realização amorosa.

Fontes: RTP (comunidades), Irene Maria F. Blayer (adaptado) / O jornal / Filipa Reis

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