segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Jangada de Pedra" de Georges Sluizer (2002)


Três homens, duas mulheres, um cão e um velhinho 2CV. A co-produção, em "Jangada de Pedra", vai num "dois cavalos". "Cast" português (Ana Padrão, Diogo Infante), argentino (Federico Luppi), espanhol (Gabino Diego).

À falta de possibilidades orçamentais (mas também à falta de capacidade de delírio, que é o que é permitido sobrar nessas circunstâncias...), George Sluizer contornou o "maravilhoso" da obra de José Saramago, os "efeitos especiais" (fugindo das expectativas intimidantes tipo: "como filmar a separação da Península Ibérica?").

Há menos saga profética e conto-de-fadas, e mais aventura "humana", como se diz: esta é uma história de amizade entre cinco personagens — e um cão. Como todos vão entrando aos poucos para o "dois cavalos", parece que se forma uma espécie de consciência ibérica e uma coincidência ideal entre o multi-nacionalismo do "cast", dos meios de produção, e a parábola a filmar. "Somos todos ibéricos", periféricos e pobres.

Acresce que os (poucos) meios à disposição — o lado artesanal — confere a "Jangada de Pedra", filme, um registo saudavelmente pícaro. (...)

Fontes: IMDb, Vasco Câmara (Cinema 2000)

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