Aquando da participação de Dulce Pontes e Ennio Morricone na banda sonora de “Afirma Pereira”, Morricone terá dito que gostaria de um dia fazer um álbum com Dulce Pontes, mas apenas quando ela fizesse 30 anos, para assim ter mais maturidade.
Dulce começou por ser convidada a cantar nos concertos do maestro, tendo-se concretizado em Abril de 2004 o desejo de realizar um disco em conjunto, quando Dulce vai a Roma para dar a voz a algumas das mais famosas melodias do maestro italiano (temas celebérrimos como “Cinema Paradiso” (1988), “A Missão” (1986), “Aconteceu no Oeste” (1969), e outros, menos conhecidos, como “A Balada de Sacco e Vanzetti” (195)) e a cinco novas composições escritas propositadamente para si, com destaque para “Amália por Amor”, uma sentida homenagem a Amália Rodrigues.
Nasce assim "Focus", um CD assinado pela dupla, Ennio Morricone e Dulce Pontes, editado em Italia pela Universal em Outubro de 2004.
Fontes: wikipedia / attambur / viadeiportoghesi
Morricone, com a calma e a distanciação própria dos seus 75 anos (40 de carreira), não poupa, porém, nos elogios impressos na capa do disco, na forma como se refere às cinco novas composições que escreveu para o disco ("Amália por amor", "Antiga palavra", "Luz prodigiosa", "Voo" e "I Girasoli"): "Escrevi-as a pensar na voz de Dulce. Queria dar um ritmo intencional a estas novas peças - chamemos-lhe um ritmo ibérico - porque queria que a Dulce pudesse expressar o seu alcance vocal, mas também manter as conotações do fado português (...) ela tem qualidades 'camaleónicas' tão completas, tão incrivelmente variadas, que tenho de dizer que ela toca em todos os aspectos da canção, todas as formas de cantar". Vai mesmo mais longe, ao afirmar que este é um dos discos "mais importantes" que alguma vez fez "com um cantor", definindo-o como "extraordinário".
Fonte: Fernando Magalhães, Jornal Público
"Amália por Amor" (imagens de arquivo RAI)
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