Portugal marca presença na obra de Tintin. O nosso mais ilustre representante nos livros de Tintin é, indiscutivelmente, o lisboeta Oliveira da Figueira, vendedor nato e “fala barato” que Hergé integrou em três álbuns (em “Os Charutos do Faraó”, “Tintin no País do Ouro Negro” e “Carvão no Porão”).
Oliveira da Figueira, que se estreia nos álbuns de Tintin em “Os Charutos do Faraó” e que chega a salvar Tintin em apuros na aventura “Carvão no Porão” (oferecendo a Tintin e a Haddock os disfarces que lhes permitirão sair da cidade e ir ao encontro do Emir Bem Kalish Ezab), é um comerciante conhecido por vender tudo e mais alguma coisa, designadamente, objectos inúteis ou não necessários para os seus compradores.
Os seus dotes de persuasão são tais que nem as “vítimas/clientes” notam, Tintin, incluído! Basta olhar para uma prancha extraída de um álbum editado em língua espanhola: “Felizmente não me deixei ir na conversa dele. A tipos como este, acaba-se, sempre por comprar uma data de coisas inúteis”. Na verdade, sempre apetrechado com tecnologia para vendas, Oliveira de Figueira até no deserto venderia areia!!
Hospitaleiro, Oliveira da Figueira logo que reconhece Tintin afirma que é preciso celebrar o acontecimento e serve “um copo de vinho de Portugal, do sol do meu país”, nas suas próprias palavras.
Oliveira da Figueira é ainda um óptimo contador de histórias, aspecto que se revelará decisivo para Tintin conseguir entrar na casa do professor Smith (que não é outro senão o Dr. Müller, vilão de “A Ilha Negra”) enquanto Oliveira da Figueira delicia os presentes com a narrativa de uma tragédia inventada in loco sobre o seu pseudo irmão que gostava de caracóis.
Portugal surge ainda na rota de Tintin através de um professor de Física da Universidade de Coimbra de seu nome Pedro João dos Santos (mencionado em “A Estrela Misteriosa” como membro da expedição científica composta por eminentes sábios europeus para a exploração de um aerólito nos mares árcticos).
Outra referência portuguesa em Tintin é o jornal “Diário de Lisboa” (entretanto extinto), cujo representante (em “Tintin no Congo”) procura, ainda que sem êxito, disputar o jovem repórter à tutela do “Vingtième Siècle”.
Fontes: Paulo Miguel e Helena Francisco (BD97) / Tintinófilo (Tintim em Portugal) / A voz Portalegrense / C4pt0m3nt3
Curiosidades:
* Oliveira de Figueira emigrou para o Médio Oriente devido aos efeitos da Grande Depressão de 1939.
* Na primeira edição portuguesa de “Os Charutos do Faraó” foi apresentado como sendo Espanhol, uma vez que Tintim tinha a nacionalidade portuguesa.
3 comentários:
Sócrates promoveu o computador 'Magalhães' na Cimeira Ibero-Americana, tendo refereido que se tratava de "Uma espécie de Tintim: para ser usado desde os sete aos 77 anos"
Na sequência dessa notícia alguém questionou
"...será o PM um espécie de Senhor Oliveira da Figueira? "
Ver:
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/439732
Tintim correu mundo.
De Portugal, só aparece notícia na primeira edição de Tintim no Congo (1930): «Allons, viens, Milou. Nous allons sur le pont. Je crois que notre navire approche de Lisbonne.»
O amigo português de Tintim
«Apresentado a Tintim e ao público pelo comandante do navio na aventura Os Charutos do Faraó (1934), Oliveira da Figueira, pela sua simpatia transforma-se em figura de primeiro plano, amigo do peito a quem Tintim recorre em alturas de aflição, tanto no País do Ouro Negro (1949) como no álbum Carvão no Porão (1956).»
Portugueses no mundo de Tintim
São alguns. Além de Oliveira da Figueira, temos o jornalista do Diário de Lisboa (Tintim no Congo), Pedro João dos Santos, célebre físico da Universidade de Coimbra (A Estrela Misteriosa), o armador Costa, de Lisboa, (No País do Ouro Negro). O próprio Tintim veste a pele de um português No País do Ouro Negro, conforme vai relatando Oliveira da Figueira.
http://www.frankl1.net/article-oliviera-da-figueira-66046249.html
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