Amália actua pela primeira vez no estrangeiro, a 07 de Fevereiro de 1943 em Madrid, a convite do embaixador Pedro Teotónio Pereira.
Em Setembro de 1944, Amália viajou para o Brasil acompanhada pelo maestro Fernando de Freitas para actuar no mais famoso casino da América do Sul: o Casino Copacabana.
Em 1946 regressa a Lisboa depois de ter permanecido onze meses com uma companhia de revistas no Rio de Janeiro, onde grava também os seus primeiros discos, oito 78 RPM com um total de 16 gravações, para a editora brasileira Continental.
Em Abril de 1949 cantou pela primeira vez em Paris, no Chez Carrère e em Londres no Ritz, em festas do departamento de Turismo organizadas por António Ferro.
Décadas de 50-60
Um marco decisivo na internacionalização de Amália é a sua participação, em 1950, nos espectáculos do Plano Marshall, que contribuiu para o sucesso internacional de "Coimbra" (igualmente conhecido como "Avril au Portugal", "April in Portugal", "The Whisp'ring Serenade" ou "Abril en Portugal").
Em 1952 Amália actua pela primeira vez em Nova Iorque, no "La Vie en Rose", onde ficará 14 semanas em cartaz.
Actua pela primeira vez na Cidade do México em 1953.
E torna-se na primeira artista portuguesa a actuar na televisão americana no famoso programa "Coke Time with Eddie Fisher", onde interpreta "Coimbra" ("April in Portugal"), que se tornara um enorme sucesso nos Estados Unidos.
É editado nessa altura o seu primeiro álbum, “Amália Rodrigues Sings Fado From Portugal and Flamenco from Spain”, que não foi editado em Portugal mas teve edições em Inglaterra e França, e inclui “Coimbra”.
Por exigência do mercado americano, Amália gravou alguns flamencos e a propósito conta-se que Orson Welles perguntou um dia, em Madrid qual era a maior cantora de flamenco e os madrilenos responderam que era portuguesa, vivia em Lisboa e chamava-se Amália.
Estreia-se no Mocambo, em HolIywood, em 1954.
Amália é convidada para um pequeno papel no filme de Henri Verneuil “Os Amantes do Tejo", produção francesa parcialmente rodada em Portugal, em 1954, com Daniel Gélin e Trevor Howard. No filme Amália interpreta "Solidão" (“Canção do Mar”) e "Barco Negro".
“Os Amantes do Tejo” não foi um filme de grande sucesso, mas correu em todo o mundo e toda a gente pode ver Amália. Havia quem dissesse e escrevesse que valia a pena ver o filme para ouvir Amália a cantar “Barco Negro”.
O filme deu-lhe o pontapé de saída para a França e a França deu-lhe o pontapé de saída para o mundo. Antes tinha havido a América [Brasil, México, EUA], mas o que lá se passa não se sabe na Europa."
Participa em “April in Portugal”, com realização de Evan Loyd, filme inteiramente dedicado a Portugal e ás suas belezas naturais, em Technicolor e Cinemascope.
Estreado em Londres em 1955, este filme, em que Amália interpreta “Coimbra” e “Canção do Mar” foi premiado nos festivais de Berlin e Mar del Plata.
Amália interpreta "Lisboa Antiga" no documentário mexicano “Músicas de Sempre”, de Tito Davidson. E, posteriormente, canta "Uma Casa Portuguesa" no documentário "Las Canciones Unidas" do mesmo autor (com imagens da actuação na TV Mexicana).
Parte para Paris porque tinham gostado de a ouvir cantar “Barco Negro”, mas era considerada uma cantora de fado, que é uma canção que viaja muito mal. Amália nem sabia como conseguira levar o fado pelo mundo fora, pois não era fácil ouvir durante duas horas fados pesadíssimos numa língua que não se entende:
“Em França, como em qualquer outro país estrangeiro, canto um fado ligeiro, depois um fado mais fado, depois uma música mais vida, tipo ‘Lisboa, não sejas Francesa’, depois outro fado sério, depois uma espanholada, depois outro triste. E então, quando já tenho o público na mão, posso cantar o que quiser, que ele já vem”.
Como quando apresento digo só o nome das canções, não digo se é espanhol, português ou italiano, para os franceses aquilo era tudo fados. E diziam que eu cantava dos fados mais tristes aos mais alegres, como ‘Tani’ ou ‘Trepa no Coqueiro’”.
Edita o seu primeiro LP em França, em 1955, através da Pathé-Marconi. Em Abril de 1956, Amália, actua pela primeira vez no Olympia de Paris, numa das festas de despedida de Josephine Baker.
Dias mais tarde, estreia-se no Olympia como “vedeta americana”, encerrando a primeira parte do espectáculo, pois não tinham confiança nela para ser vedeta principal.
Em menos de três anos, Amália atinge em França o máximo do prestígio e da popularidade, com a colaboração de Felix Marouani, um dos principais agentes artísticos do país.
Canta no Olympia, no Bombino, no ABC, na La Tête de l’Art, que era uma noite chíquissima na Villa d’Est. Fez tournées por praias, casinos teatrais e outros espaços culturais.
Amália assina contrato com a editora francesa Ducretet-Thomson, para a qual gravará material publicado em dois álbuns e cinco EP antes de regressar à Valentim de Carvalho.
Também os artistas a adoram, muitos escrevendo canções especialmente para ela, como foi o caso de Charles Aznavour que inspirando-se no "Ai, Mouraria" escreveu para Amália: "Aïe, Mourir Pour Toi".
Bruno Coquatrix, proprietário do Olympia, quis abrir uma casa de fados para Amália chamado “Maison du Fado”, junto à Torre Eiffel, mas não se chegou a concretizar. Só depois apareceu o “Fado” de Clara d’Ovar e outras casas. Ponderou ficar a viver em França, depois de ser homenageada com a Chave e a Medalha da Cidade de Paris, mas acabou por voltar a Portugal.
Em 1965, Amália atinge a sua melhor interpretação no cinema em "As Ilhas Encantadas" do estreante Carlos Vilardebó, baseado numa novela de Herman Melville. Neste filme, diferente de todos os outros da sua carreira, Amália pela primeira vez não canta.
E no ano seguinte interpreta "Le premier jour du monde" no filme francês "Via Macau" de Jean Leduc.
Actua em países como Roménia, Espanha, França, E.U.A. e Canadá.
Entre 6 e 26 de Maio de 1969, Amália Rodrigues realizou uma longa digressão pela União Soviética, tendo actuado em Leninegrado, Moscovo, Tblissi (Geórgia), Erevan (Arménia) e Baku (Azerbaijão).
Décadas de 70
Em Janeiro de 1970, Amália parte para Roma para actuar no Teatro Sistina em Roma. O sucesso foi tal que o fenómeno "Amália" se espalha por Itália. Começava então "La Folia per La Rodrigues".
É igualmente editado em 1970 o duplo álbum "Amália e Vinicius", gravado ao vivo em casa de Amália e composto por fados interpretados por Amália, à guitarra e à viola, e poemas declamados pelo poeta brasileiro da "Bossa Nova", Vinicius de Moraes e por José Carlos Ary dos Santos, David Mourão-Ferreira e Natália Correia.
O álbum “Com Que Voz” recebe o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).
Actua pela primeira vez no Japão, em Osaka. O seu concerto em Tóquio, a 2 de Setembro no Sankei Hall, será gravado para edição em disco (“Amália no Japão”, publicado em 1971).
Em 1971, participa na novela “Os Deuses estão mortos”, da TV Record, de Lauro César Muniz e Dionísio Azevedo, interpretando a artista portuguesa Eugênia Câmara, paixão do poeta brasileiro Castro Alves.
Amália grava, em 1972, nos estúdios Valentim de Carvalho, 12 fados com o saxofonista de jazz Don Byas, para um álbum que só será editado dois anos mais tarde.
Apresenta no Canecão o espectáculo "Um Amor de Amália", idealizado por Ivon Curi. É um sucesso enorme que Amália se verá obrigada a interromper devido a contratos previamente assumidos, mas que volta a repetir ao longo da década de 70.
Grava em italiano o álbum “A Una Terra Che Amo”. Participa em programas de algumas das mais importantes estações de televisão, como a alemã ARD e a italiana RAI.
Prossegue com as suas digressões internacionais, que incluem concertos por países como Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Suiça, Argentina, Brasil, Venezuela, Canadá, E.U.A, Zimbabwe, África do Sul, Egipto, Israel, Roménia ou U.R.S.S.
Recebe diversas condecorações, entre as quais a mais alta do governo libanês - A Ordem dos Cedros.
Décadas de 80-90
Canta em países como França, Itália, Suíça, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Reino Unido, Brasil, Argentina, Chile, Japão, Turquia ou Àfrica do Sul.
Em 1984 é editado “Amália na Broadway”, que reúne oito standards de musicais americanos gravados por Amália em 1965 nos estúdios de Paço d'Arcos com o maestro inglês Norrie Paramor, mas nunca antes editados em disco.
Grava, com acompanhamento de Jorge Fernando e Mário Pacheco, dois duetos com o cantor napolitano Roberto Murolo, para inclusão no álbum "Anima i Cuore" de 1994.
Mais de 600 discos
Heitor Vasconcelos é um dos principais coleccionadores de discos de vinil em Portugal. E da sua vasta colecção há um nome que se destaca e pelo qual tem uma maior admiração. Esse nome, claro, é o de Amália Rodrigues, de quem tem mais de 600 discos.
"Tenho discos prensados em Espanha, Itália, França, Holanda, Turquia, Israel, África do Sul, EUA, Japão, Canadá, México, Brasil, Chile, Venezuela. Tenho quase todos os discos de 78 rotações dela que foram editados, bem como os primeiros oito disco de 48 rotações editados no Brasil. Mas apesar de ter 600 peças, sei que existem 80 discos que não tenho, fora as coisas que ainda estão descobrir", disse ao DN.
Fontes/Mais informações: atelier.hannover / Victor pavão dos Santos (“Amália, uma biografia”) / Amália no sapo / amalia.com / Eurico Mendes (Portuguese times) / The Art of Amalia (Bruno de Almeida) / webring (filmes) / Diário de Notícias / Dananos (discos) / Amália no mundo / José Milhazes (Da Rússia) / RTP
Ao Vivo no Japão ("Lavava no Rio Lavava")
Ao Vivo em Itália ("Coimbra")
Em dueto com Julio Iglésias na TV Francesa ("Un canto a Galicia", "Pêras")
México e Estados Únidos da America (inclui show de Eddie Fisher)
Olympia (Paris) - como tudo começou
TV Alemã ("Cravos de Papel"
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