O "Fado Blanquita" terá sido escrito expressamente para a cantora Blanquita Suárez, em 1917, com letra de Rafael Adam e música original do maestro Álvaro Retana.
Blanquita Suárez iniciou-se muito cedo no mundo dos palcos, por volta dos 12 anos, e ao longo da sua carreira participou em operetas, revistas, no denominado género chico, como vedeta e "cupletista" (cantora de coplas).
Como muitas actrizes dessa época, Blanquita gravou vários discos e participou como actriz secundaria em vários filmes.
Em 1917 ainda era uma jovem estrela de variedades no teatro Eldorado de Barcelona quando interpretou "Fado Blanquita", tendo sido retratada por Pablo Picasso na época em que estreou este Fado.
O tema foi igualmente gravado, nessa época, por diversas cantoras, como era usual, nomeadamente por Mary Focela ou Mercedes Serós.
Em 1923 foi publicada "El En-Fado de Blanquita" uma versão para piano, da autoria de Espert Pascual e Alvaro Retana, que teve direito a uma partitura ilustrada por Augusto em estilo Art-déco.
"Fado Blanquita" foi mais tarde gravado por cantoras como Eugenia Roca, com acompanhamento da Orquesta Barcelona, Margarida Sanchez ou Lilian de Celis.
Apesar da sua origem em Espanha, o "Fado Blanquita" foi sempre divulgado como sendo um fado português ou brasileiro.
Continuaram a existir inúmeras versões de "Fado Blanquita", sobretudo no México, a partir da década de 40, quer em versões instrumentais, quer interpretadas em espanhol, tendo-se tornado mais divulgado em associação ao estilo de dança do mesmo nome, que, ainda hoje, tem algum impacto no México e em alguns Estados do Sul dos Estados Unidos.
A versão instrumental de "Manuel S. Acuna and His Orchestra", que foi editada nos Estados Unidos da América na década de 40, identifica-se como "Baile Português" para o público hispânico mas na edição para o público anglófono refere que se trata de um Fado Mexicano "Made for Folk Dance Fed. of Calif." (música que se destinava a dança folclórica do Estado da Califórnia).
"Fado Blanquita" foi introduzido na California pelo famoso coreografo Cesare "Vani" Vanoni em meados da decada de 1940 e foi popular até ao início da década de 1950.
O "Fado Blanquita", sobretudo como estilo de dança, foi sendo apresentado com nomes diferentes: "Fado Moresco" com coreografia de Millie von Konsky, por volta de 1954; "Caballito Blanco ( Mexican)", por Carolyn Mitchell ou Helen Erfer, em 1949; E "Fado for Fours" (Fado para quatro), por Vyts Beliajus, em 1957.
Vyts Beliajus afirmava que se "Fado para quatro" se tratava de uma dança portuguesa que tinha aprendido através de uma cigana espanhola de nome Triana e que só podia ser dançada ao som de "Fado Blanquita".
Links: Blanquita Suarez / Pilar Arcos / Margarita Sanchez / Banda Columbia (1920) / Orquestra da Emissora Nacional (1934) Carlos Campos (inst.) / Tucson Folk dance (2016)
Fontes/Mais informações: Sobre Mary Focela (1)/Blanquita Suarez(1)(2)-quadro de Picasso / Pastora Império (1) / SFD (Society of Folk Dance) / Folk dance / Dança (1)(2)(3)(4)
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