sexta-feira, 15 de março de 2013

“A Casa da Rússia” de John le Carré (1989)


John Le Carré, pseudónimo do escritor britânico David Cornwell, publicou em 1989 “The Russia House”, um romance de espionagem que decorre no fim da Guerra Fria.

“A Casa da Rússia” conta-nos a história de Barley Blair num livro que nos leva de Moscovo a Leninegrado, a Londres e, finalmente, a Lisboa, onde se desenrola uma parte importante da história, pois é em Portugal que é interrogado pelos serviços secretos ingleses.

É famosa a referência ao Príncipe Real, e aos discursos de um velho místico que seria o professor Agostinho da Silva.

Le Carré

Sinopse

Katya Orlova, amiga e ex-amante de Dante, um famoso cientista soviético, tenta entregar um livro  do seu amigo a Bartholomew Blair, um editor inglês, para que este as publique no Ocidente.

A obra, que contém segredos militares que podem ser vitais para a defesa do Ocidente, é extraviada e fica na posse dos Serviços Secretos Britânicos. Estes, especialmente o sector conhecido como Casa da Rússia, pretendem que Blair se encontre com Katya para descobrir quem é o autor destas obras e se há veracidade nas informações.

Contudo, a aproximação de Katya com Blair, não só fisica mas também emocional, vai agitar com as instruções primeiramente dadas a Blair.

No fim, Katya e a sua família prosseguem a sua vida em tranquilidade, Goethe (Dante), que tinha estado hospitalizado, é considerado morto, por causa natural, e Blair instala-se em Lisboa, onde tinha casa e recomeça a sua vida.

Agostinho da Silva, filósofo português

Agostinho da Silva

Num dos vídeos de “Conversas Vadias”, Cáceres Monteiro, lê a Agostinho da Silva umas linhas de John Le Carré que, em “A Casa da Rússia”, tem uma famosa referência ao Jardim do Príncipe Real, e aos discursos de um velho místico que seria o professor Agostinho da Silva a ocasionais discípulos , “por vezes, durante o dia, [chegara a] ouvir os discursos de um velho místico, com rosto de santo, que gosta de receber os seus discípulos, discípulos de todas as idades…”.

Agostinho da Silva, escutando a leitura da citação, comenta: “Se fosse navio, não tinha jeito para ser rebocador, e em terra continua da mesma maneira”.

Acrescenta, combatendo a hipótese da sua santidade: “Depois, ele [John le Carré] fala no tal místico com cara de santo. Eu suponho que ele estava de lado, só viu metade da cara. Se tivesse visto a outra metade, talvez mudasse de opinião…”.


Adaptação ao cinema

O livro "A Casa da Rússia" foi adaptado para o cinema em 1990, cerca de um ano depois da sua publicação, com título homónimo, sob a direcção de Fred Schepisi e com a interpretação de Sean Connery e Michelle Pfeiffer.

As cenas finais foram filmadas em Lisboa.


Opinião  de Fred Schepisi

Amei Lisboa. Ainda mais depois de ter estado na Rússia durante meses, o que na altura era muito complicado, com racionamento de comida, roupa e outros bens. Achei Lisboa encantadora. Tivemos imenso apoio e ajuda para conseguir o melhor das cenas lá. E adorámos a comida e os vinhos. Ficámos muito seduzidos pela cultura.





Alcatifas Lusotufo :)

Fontes: Filipe d’Avillez, Revista “Os Meus Livros” (adaptado) / Infopedia  / Wikipedia (filme)  / C7nema.netC7nema.net / A viagem dos Argonautas (sobre Agostinho da Silva) / Captomente (cenas do filme)

Sem comentários: