quinta-feira, 15 de novembro de 2012

“A Mantilha de Beatriz” de Eduardo Garcia Maroto (1946)


A 16 de Agosto de 1946, estreava no cinema Trindade, a nova co-produção com Espanha, “A Mantilha de Beatriz”, filme realizado pelo espanhol Eduardo Garcia Maroto. O filme era uma adaptação do romance com o mesmo nome, de Manuel Pinheiro Chagas. 

Como habitual nestas co-produções, o filme contava com intérpretes de ambos os países, do lado de Portugal surgiam no ecrã António Vilar, Virgílio Teixeira, Paiva Raposo, Barroso Lopes, Helga Liné e Manuel Lereno; do lado dos espanhóis, surgiam Margarita Andrey, Juan Espantaleon e Maria Isbert.


O filme contava com um tema novo no cinema português. Os Franceses, os espanhóis, os Italianos e os Ingleses, haviam cultivado desde o século XIX, os chamados romances de capa e espada. O mais famoso desses romances foi sem duvida “Os Três Mosqueteiros” de Alexandre Dumas. 

Portugal, também não podia escapar a essa influência romântica, de heróis ousados e generosos. Por isso, Pinheiro Chagas, entre as muitas obras que escreveu, escreveu a obra de ficção, “A Mantilha de Beatriz”, seguindo o modelo dos romances de capa e espada. Desse belo romance, evocação da Lisboa galante do século XVII, com as suas paixões, os seus duelos e as suas intrigas, foi extraído o argumento deste filme apresentado pela Lisboa Filme.


Este filme marcou como um acontecimento na história do cinema Português. O filme foi um êxito tanto em Portugal como em Espanha. A crítica da altura dizia: “Acção, romance, amor e aventura são os motivos fortes, inabaláveis que fazem deste filme, original no seu género, um filme sensacional, um filme que não esquecerá.”

Eduardo Garcia disse no seu livro de memórias ("Aventuras e Desventuras do cinema espanhol") que "A mantilha de Beatriz" foi o produto de uma montagem desastrosa que fez do seu filme, que pretendia ser uma comédia agradável e aventureira, algo muito mal feito ("chapuza infecta").


Sinopse (Madragoa Filmes):

A acção passa-se no séc. XVIII. Um jovem aristocrata espanhol mata um homem em duelo e refugia-se em Lisboa. Apaixona-se por uma rapariga e pede ao amigo que tome o seu lugar, no momento em que é intimado pelo pai da amada.

Resumo do livro (infopédia)

Francisco de Mendonça, depois de assistir em Madrid à representação da comédia de Calderón, "Ni todos son ruyseñores", decide narrar aos amigos que com ele estão reunidos à mesa (incluindo o próprio poeta espanhol) a história atribulada do seu casamento com Beatriz, semelhante, pela sucessão de peripécias, a "uma verdadeira comédia de capa e espada", a qual irá inspirar Calderón a escrever a comédia "Ante que todo es mi dama". 

Assim resulta provada a lição de que "a vida [...] é nesse ponto como em todos a mestra da arte dramática. Julga talvez inverosímeis, porque não são vulgares, os enredos que resultam de um equívoco, e contudo bastantes ocasiões na existência em que de um engano resultam complicações tão emaranhadas, que mal se imagina como se lhes de pôr termo."
Fontes: Blogue Pessoal de Paulo Borges  / Ladyfilstrup / Madragoa Filmes

1 comentário:

1a disse...

http://linharecta.blogs.sapo.pt/helga-line-59486 https://en.wikipedia.org/wiki/Helga_Lin%C3%A9