quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Leonor da Fonseca Pimentel, "A Portuguesa de Nápoles"



Leonor da Fonseca Pimentel (Roma, 13 de Janeiro de 1752 - Nápoles, 20 de Agosto de 1799), conhecida como Eleonora de Fonseca Pimentel, "A Portuguesa de Nápoles". Ficou na história por ter defendido ideais liberais que conduziram à Revolução e à instauração da malograda República Napolitana (1799).

Ela foi poetisa, escritora, pedagoga, bióloga e uma das primeiras jornalistas europeias. Amiga íntima de intelectuais e revolucionários, desempenhou um papel de relevo na revolução jacobina de Nápoles de 1797, inspirada pelo ideário social e político da Revolução Francesa.

Leonor fundou o jornal oficial da república então instalada - "O Monitore Napolitano" - considerado o primeiro jornal político napolitano - que teve profunda influência na moderação das decisões do governo revolucionário

Leonor da Fonseca Pimentel, que se considerava "filha de Portugal", cultivou a língua pátria e manteve correspondência com intelectuais portugueses.

Em 1777, chegou a escrever uma peça de teatro de homenagem ao Marquês de Pombal: "Il Trionfo della Virtù". Em Nápoles, o seu nome foi dado a uma Escola do Magistério Primário em homenagem à forma denodada como defendeu o primado da educação.

A portuguesa de Nápoles, como ficou conhecida, figura no Pantéon di Martiri dela Libertà, tornando-se, portanto, uma referência do pensamento político italiano. Embora multifacetada, distribuindo os seus esforços pelo jornalismo, a luta política, a biologia, a poesia e a pedagogia, Leonor ficou na História por ter defendido os ideais liberais que conduziram à Revolução jacobina de Nápoles e à instauração da malograda República Napolitana (1797-1799).

Em 1799, Leonor foi acusada de crime contra o Estado e enforcada na Praça do Mercado de Nápoles.

Desde 1997 que a cidade de Nápoles homenageia a vida cultural multifacetada de Eleonora, daí resultando estudos, teses, colóquios e exposições dedicados à sua vida e obra.
Livros sobre Eleonora de Fonseca Pimentel
• Benedetto Croce, "Eleonora de Fonseca Pimentel" (1887)
• Bice Gurgo, "Eleonora Fonseca Pimentel" (1935)
• Maria Antonietta Macciocchi, "Cara Eleonora" (1993)
• Elena Urgnani, "La Vicenda Letteraria e Politica di Eleonora de Fonseca Pimentel, Nápoles" (1998)
• Enzo Striano, "Il resto di niente. Storia di Eleonora de Fonseca Pimentel e della rivoluzione napoletana del 1799" (1986)

"Il Resto di Niente" de Enzo Striano (1986)
 "Il Resto di Niente" ("A Portuguesa de Nápoles" na versão portuguesa) foi escrito pelo italiano Enzo Striano em 1982. O autor enviou o manuscrito para vários editores, mas alguns devolvem o livro sem sequer o ler, por não terem interesse no assunto e no tamanho da obra. 

O autor decide, então, em 1986, não esperar mais e o livro acaba por sair pela editora de livros escolares Loffredo, que já tinha publicado algumas antologias inovadoras com sucesso.

O romance obtém o consenso da crítica e é muito lido, mas esse sucesso circunscreve-se essencialmente a Nápoles. Passados 10 anos é publicado por uma grande editora e torna-se muito conhecido em toda a Itália, tendo vendido mais de 400 mil exemplares. Havendo inclusive quem tenha afirmado que se tratava do melhor romance histórico italiano desde "O Leopardo" de Lampedusa.


"Il Resto de Niente" de Antonietta de Lillo (2004) e a escolha de Maria de Medeiros (extracto de entrevista a Antonietta de Lillo)

Neste filme de 2004, Leonor da Fonseca Pimentel, a mulher que ficou na História por defender os ideais liberais, tem o rosto da actriz portuguesa Maria de Medeiros. Vêmo-la no centro da revolução jacobina de Nápoles, até à sua morte por enforcamento, em 1799.
"Pensei imediatamente nela [Maria de Madeiros, por ser portuguesa e por ser uma mulher pequena mas com muita força. Ela interpreta o papel de uma forma extraordinária. Não sou eu que digo, todos os críticos o disseram. Para ela, foi extraordinário conhecer esta personagem, de que não conhecia a existência."
"A primeira vez que a encontrei estava à espera da primeira filha. Quando filmámos, a Júlia tinha seis anos. Quando acabámos de filmar, a Maria estava à espera da segunda filha, a que chamou Leonor. É uma personagem que não se esquece. (...)"
Arte
Giuseppe Boschetto pintou o quadro a óleo "Eleonora Pimentel Fonseca condotta_al patibolo" (1869).
Música
Eugenio Bennato homenageou Eleanora no tema "Donna Eleonora" incluído no disco "Taranta Power" (1998)
Video Youtube
Em Portugal
Filme "A Portuguesa de Nápoles" (1931) de Henrique Costa
Livro "Leonor da Fonseca Pimentel - A Portuguesa de Nápoles (1752-1799)", de Teresa Santos e Sara Marques Pereira ( coord.)

2 comentários:

Fran Mateus disse...

Olá,
Com frequência acesso este blog para atualizar-me sobre Portugal, lugar que adoro.
Curto muito Portugal através do mundo e inclui o link do blog na home do meu "viagem de cinema", no espaço "Conheça estes blogs".
Espero que gostem. Um abraço e continuem atualizando este espaço, que é muito bacana. FRan Mateus

fd disse...

http://diasquevoam.blogspot.pt/2012/09/liebig.html