sexta-feira, 21 de novembro de 2008
"O elefante do Papa" de Silvio A. Bedini (1997)
O historiador Silvio Bedini publicou com cerca de 80 anos o seu livro "O elefante do Papa" que começou a ser idealizado quando apareceram em 1962, no Vaticano, umas ossadas de elefante.
Ninguém encontrou uma explicação para tal achado, no decurso das sessões do Concílio Vaticano II, em 1962, pois já ninguém se recordava que na colina do Vaticano vivera durante dois anos um elefante branco oferecido pelo rei D. Manuel I de Portugal.
O livro teve o apoio da "Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses".
Hanno, o elefante branco(1515)
Hanno (ou Annone em italiano) foi o elefante branco, ou albino, mascote do papa Leão X, oferecido, na ocasião da sua coroação, por El-Rei D. Manuel I.
Hanno fazia parte da aparatosa embaixada enviada pelo monarca português, chefiada por Tristão da Cunha.
D. Manuel tê-lo-ia recebido como um presente do rei de Cochim, ou pedido a Afonso de Albuquerque, o seu vice-rei da India, para comprá-lo. Conta-se que Hanno era de cor branca, e chegou numa nau, enviado de Lisboa a Roma em 1514, com cerca de quatro anos de idade.
A sua chegada foi comemorada na poesia e nas belas-artes (Rafael e Pietro Aretino desenharam o fascinante animal).
Embaixada de D. Manuel I
Na embaixada manuelina, que atravessou a cidade para deleite dos romanos, vinham também dois leopardos, uma pantera, alguns papagaios, perus raros e cavalos indianos.
Hanno carregava um palanque de prata no seu dorso, em forma de castelo, contendo um cofre com os presentes reais, entre os quais paramentos bordados com pérolas e pedras preciosas, e moedas de ouro cunhadas para a ocasião.
O papa recebeu o cortejo no Castelo de Santo Ângelo. O elefante ajoelhou-se três vezes em sinal de reverência e depois, obedecendo a um aceno do seu mahout (tratador) indiano, aspirou a água de um balde com a tromba e espirrou-a sobre a multidão e os cardeais.
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