quarta-feira, 16 de abril de 2008

Judeus em Nova Iorque


A imigração converteu Nova Iorque num lugar único, gente de todas as raças, falando todas as línguas e rezando todos os credos. É uma cidade onde ninguém é estrangeiro, terra de todos e também dos portugueses que chegaram há mais de 350 anos.

O primeiro grupo de portugueses chegou a Nova Iorque dia 7 de Setembro de 1654, quando a cidade era holandesa e se chamava Nova Amsterdão. Eram 23 pessoas, quatro casais, duas viúvas e treze crianças. Tinham fugido do Brasil. Eram judeus, mas não deixavam de ser portugueses.

É fascinante a saga dos judeus portugueses de Manhattan, que mais tarde mandaram vir outros judeus, descendentes de judeus da Península Ibérica que se tinham radicado em Inglaterra e na Holanda, fugindo à inquisição. Esses judeus são conhecidos como sefarditas.

Gente como os irmãos Mendes Seixas, trazidos de Lisboa em 1730, pelo patriarca do clã, Isaac Mendes Seixas:

* Gershom Mendes Seixas (1745-1816), conhecido como o “primeiro rabino do Novo Mundo”, era amigo pessoal de George Washington e foi um dos três representantes do clero presentes na cerimónia da sua tomada de posse como presidente em 1787;
* Abraão Mendes Seixas (1751-1799) foi oficial no exército revolucionário;
* Benjamin Mendes Seixas (1748-1817) foi um dos fundadores da Bolsa de New York, ao lado de Isaac Gomes, outro português, e Moisés Mendes Seixas (1744-1809) foi um dos organizadores do Banco de Rhode Island, percursor da actual Reserva Federal. Há quem diga que foram eles os inventores do capitalismo.

Construiram igualmente a primeira sinagoga de Manhattan, Sheriath Israel, ainda existente e designada Sinagoga Portuguesa e Espanhola. Lá conheci há anos o rabino Abraham Lopes Cardoso, que esteve à frente da sinagoga entre 1946 e 1984 e era considerado responsável pela preservação de muitas tradições portuguesas da congregação.

Fonte: Eurico Mendes, Portuguese Times

Ligação: Rua da Judiaria

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