sexta-feira, 21 de março de 2008

“Uma Portuguesa em Paris/Merci Natercia” (Filme Francês, 1959)




Pierre Kast é um realizador francês, inserido na "Nouvelle Vague" que rodou diversos filmes em Portugal, sobre portugueses e com portugueses.

“Uma Portuguesa em Paris" (no original "Merci Natercia"), foi a sua segunda longa-metragem, sendo protagonizada por Clara d’Ovar, fadista emigrada em Paris, onde possuía uma casa de fados, na rue de Verneuil.

Foi a primeira casa de fados em Paris, sendo frequentada por famosos como Françoise D'Orléac (irmã de Catherine Deneuve), Line Renaud, Jean Marais, Jean Cocteau, Fernandel, e muitos outros nomes do espectáculo, da literatura e da política.

Zeni d' Ovar, irmão de Clara e igualmente fadista, referiu, ao LusoJornal, que "Na altura, havia poucos portugueses em Paris e os clientes da casa eram essencialmente franceses e tornaram-se amigos".

Clara d' Ovar contribuiu, durante os anos '60, para a rodagem em Portugal de diversas co-produções entre Portugal e França.

Zeni d'Ovar e Clara d'Ovar em "Merci Natércia"

Sinopse:

Uma bela e rica viúva promove a ascensão de um jovem que quer se tornar realizador.

Breve nota bibliográfica sobre Clara d'Ovar 

Fontes: Lusojornal / Jornal João Semana


A estreia de Clara d'Ovar no cinema aconteceu em 1959, quando consegui um papel de protagonista no filme "Merci Natercia", conhecido em Portugal como "Uma Portuguesa em Paris", de Pierre Kast.

Muito sumariamente, a trama do filme, assinada pelo próprio Kast e por Peter Oser, desenvolve-se em torno da personagem de Clara d’Ovar que dá título ao filme, uma viúva rica que ajuda um aspirante a cineasta a realizar o seu primeiro filme. Ignorando o facto de Clara não ser viúva e de Kast não ser um estreante, havia algumas semelhanças entre a ficção e a realidade, uma vez que a produção do filme era assegurada por Clara d’Ovar e pelo então marido Peter Oser, um elemento do clã Rockefeller.

Fracasso quase total, o filme não estrearia em França e só estrearia em Portugal cinco anos depois, comprometendo as suas aspirações profissionais: tentou ser actriz principal em La Barque Sur l’Ocean (1960), de Maurice Clavel, e em Cartas da Religiosa Portuguesa (1960), de António Lopes Ribeiro, mas os dois projectos acabariam por não ser concluídos.

O reencontro com Pierre Kast seria determinante para relançar a sua carreira: em 1961 conseguiria um papel como figurante em "La morte-saison des amours", de Pierre Kast.

O filme consolidaria a relação entre Clara d’Ovar e Pierre Kast, que se intensificaria nos anos seguintes, com proveitos para ambos. Apesar de ter integrado a geração da nouvelle vague, e de também ter feito carreira como crítica na prestigiada Cahiers du Cinéma, Pierre Kast (1920-1984) nunca alcançou uma posição de destaque no cinema francês, ainda que tenha começado a carreira com uma curta co-realizada com Jean Grémillon ["Les charmes de l’existence" (1949)] que até venceu um prémio em Veneza.

Fontes: A pala de Walsh (actualizado em 2018) / Notre cinema

 

2 comentários:

Anónimo disse...

A primeira casa de fados de Clara d'Ovar tinha por nome "Lisboa". Mais tarde teve uma outra casa de fados.

Também os pais de Marie Myriam tiveram uma casa de fados.

Zeni d'Ovar foi muito amigo de Amália, tendo colaborado em diversas digressões da nossa grande fadista

Em www.ovarnews.com Zeni refere a sua ligação a Amália:

"Sim, corri mundo com ela e cheguei a fazer o 'management' dela quando o agente não podia acompanhá-la por qualquer motivo e ficava em Lisboa.
Fui ao Brasil, Estados Unidos, Canadá. Corri a Europa com ela e também a solo. Só não fiz a digressão com ela pelo Japão, porque, nessa altura, a minha mãe estava muito doente."

aplog disse...

http://artigosjornaljoaosemana.blogspot.com/2009/12/breve-nota-biografica-de-clara-dovar.html


http://duas-ou-tres.blogspot.com/2009/03/clara-dovar.html