quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"Inverno em Lisboa" de Antonio Muñoz Molina (Espanha, 1987)


Distinguido, em 1988, com o Prémio Nacional de Narrativa e o Prémio da Crítica, “O Inverno em Lisboa” é um livro central na afirmação de um dos nomes maiores da literatura espanhola dos nossos dias: Antonio Muñoz Molina.


"Tudo começa num quarto de hotel, em Madrid. Santiago Biralbo, um pianista de jazz, conta a um amigo a história do seu amor por Lucrécia, os seus quinze dias de paixão fulgurante, a partida inesperada de Lucrécia para Berlim ...

Uma ausência que impede Santiago, agora refugiado em Lisboa, de continuar a tocar a sua música. História labiríntica de amor e perdição, este é também um romance que reinventa algumas das referências emblemáticas de Molina, incluindo o jazz e o cinema negro americano. Ele é, afinal, um autor em que a inspiração em modelos tradicionais vai sempre a par de um admirável sentido de experimentação."

Fonte: Editorial Notícias



“Lisboa, neste romance, é como a cidade branca de Alain Tanner: reconhecemo-la, mas não a conhecemos (...) É também uma teoria da solidão, uma poética das cidades de exílio, o desejo da viagem final.”

Francisco Bélard, Expresso

“Muñoz Molina deu a Lisboa o destino que ela merece: o sítio para procurar uma mulher ... e para perdê-la.”

Torcato Sepúlveda, Público


1 comentário:

read disse...

Revista E (Expresso) de 04/08/2018 - A propósito do novo livro de Muñoz Molina "Como A Sombra Que Passa": "A partir do presente MM invoca a concepção do livro que o tornou famoso em 1998 (O Inverno em Lisboa) e os dez dias portugueses de James Earl Ray [o assassino de Martin Luther King] em 1969. (...) evoluem paralelamente duas histórias que à partida nada têm a ver uma com a outra." Um das histórias é sobre J.E.R. e a outra é sobre um jovem escritor [A.M.M.] e o livro que o lançou na carreira literária com que sonhava. Essa história d um músico de jazz e do seu envolvimento com gente perigosa parece ter vindo parar a Lisboa um pouco por acaso. "Para apagar Granada, escrevia Madrid, escrevia San Sebastian, escrevia Lisboa. Esses tópicos irradiavam imagens sucessivas e ressonâncias visuais", explica Molina. Cada uma das cidades estava associada a pessoas diferentes, e em Lisboa havia também "o seu elevador de ferro a fazer lembrar a Torre Eiffel e a sua praça com uma escadaria que descia até se afundar na água de um rio tão largo como o mar; aquelas escarpas da Boca do Inferno [o original diz Boca da Morte], escarpas de naufrágios e de filmes de perseguições em que dois homens se esmurram na beira do abismo..." Note-se que ele começou a escrever o livro antes de ter estado cá pela primeira vez