“A Bela Época” (“Belle Epoque”) é um filme espanhol realizado por Fernando Trueba, que obteve 9 prémios Goya, em 1993, e o Oscar ® para melhor filme estrangeiro em 1994.
“Belle Époque” foi filmado (quase) integralmente na Arruda dos Vinhos, a 40 Km ao norte de Lisboa, e nele participaram numerosos técnicos, figurantes, cabelereiras e responsáveis de produção portugueses.
O realizador Fernando Trueba teve a amabilidade de agradecer aos colaboradores e amigos lusos, justamente no momento em que recebeu a tão cobiçada estatueta.
Sinopse:
“Fevereiro de 1931, algures em Espanha. Fernando (Jorge Sanz) é um desertor da guerra civil de Espanha que depois de andar a monte, durante um mês, encontra Dom Manolo (Fernando Fernán Gómez) que lhe dá abrigo e amizade.
Com a visita das quatro filhas de Dom Manolo (interpretadas por Penelope Cruz, Maribel Verdu. Ariadna Gil e Miriam Díaz Aroca), este pede a Fernando para partir, mas quando este as conhece, muda de ideias ... Deixando-se ficar, vai saltando dos braços de uma para os de outra ...”
Co-produção com a Animatografo
Co-produção da Lola Filmes (Espanha), French Production (França) e Animatografo (Portugal). 20 por cento do custo efectivo ficou por conta da produtora de António da Cunha Telles, participação traduzida em meios e em técnicos.
Rodagem em Portugal
Rodado em Arruda dos Vinhos, Azambuja, Sobral de Monte Agraço e Estremoz durante Julho e Agosto de 1992 [entre 5 de Julho e 26 de Agosto de 1992].
As cenas na casa e na aldeia foram rodadas na Quinta do Bulhaco - entre Arruda dos Vinhos e Alverca -, a igreja em Sobral de Monte Agraço, a estação em Rios (chega-se a ver a placa da Estação de "Arcos" em Estremoz) e o rio em Azambuja.
A opção por Portugal era mais económica do que filmar em Espanha e tinha a vantagem de ter sofrido menos mudanças desde aquela época até hoje.
O elenco era maioritariamente espanhol, contando com a participação de alguns actores e figurantes portugueses (como o actor Luis Zagalo e o futuro realizador João Salaviza, como Jesusin) e uma extensa equipa de técnicos nacionais.
Quinta do Bulhaco
A Quinta do Bulhaco, um palácio semi-abandonado em Arruda dos Vinhos, foi ocupada durante um mês e meio pelo realizador e sua equipa. As áreas de caracterização e cabeleireiro foram instaladas no interior do Palácio. Ana Ferreira, uma portuguesa, penteava pessoalmente as quatro irmãs do filme.
Também se rodaram cenas importantes no jardim, nas traseiras do palácio, como aquela em Juanito corre atrás de Rocio. O baile de máscaras foi rodado no pátio exterior, tenho vindo treze autocarros com mais de duzentos figurantes de Lisboa e outros locais próximos.
As poucas cenas que não foram filmadas na Quinta do Bulhaco foram as do comboio e as feitas à beira do rio.
Os actores ficaram hospedados na Estalagem de S.Sebastião, perto do Bulhaco.
Depoimento de Fernando Trueba (aquando das filmagens)
“… encontrei aqui o ambiente que necessitava para a história, que é um ambiente bucólico e uma Espanha dos anos trinta, mas que não é a a Espanha típica da estepe castelhana, é uma Espanha que eu criei mais sensual, mais impressionista. Não sei porquê, mas sempre acabo por vir a Portugal, onde já estive para fazer “Os anos das Luzes” Aqui encontro talvez uma Espanha que é mais da imaginação e menos real.” (…)
“Para mim este casarão é um lugar onde qualquer coisa é possível e onde os sentimentos e os comportamentos não são sempre ligados pela aborrecida lógica, mas sim pela imaginação e outras coisas”
“Filmo também em Portugal, naturalmente, pelos bons técnicos e especialistas, no que, para este filme, tive imensa sorte”.
Fontes: cambio 16 (Helena Aleixo e Ramiro Cristobal) / wikipedia / imdb / Público /Avaxhome
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