"Christmas na Av. 24 de julho", um título insólito, pelo menos em português. Distinto do significado que tem para o mundo ocidental, o Natal para o povo japonês é apenas uma época romântica. E é nesse ambiente de busca por um relacionamento que a protagonista devaneia.
Baseado na novela homónima de Shuichi Yoshida, este filme decorre em duas cidades distantes entre si, mas que o autor considera serem muito semelhantes - Lisboa e Nagasaki.
A protagonista, uma rapariga que, por influência de um livro de "manga" que vai lendo, imagina estar em Lisboa durante algumas situações, justifica os devaneios da sua imaginação com as muitas e diferentes características que Lisboa e Nagasaki têm em comum - os eléctricos, as colinas, as vielas e, em particular, um candeeiro de iluminação pública que existe, de facto, no centro do Largo das Portas do Sol e que tem um "gémeo" em Nagasaki.
Ao longo do filme, diversos raccords entre aspectos das duas cidades assinalam a transição da protagonista entre o seu mundo real, Nagasaki, e o seu mundo fantasiado, Lisboa.
Rua Augusta
Vestígios do mundo real lastram o cenário da imaginação.
Rua das Açucenas à Ajuda.
O realizador explora inúmeros planos de eléctricos em diversos locais da cidade, pois eles são o meio de transporte da protagonista também em Nagasaki.
Praça de Luís de Camões numa perspectiva pouco acessível.
Praça da Figueira
Explorando a enorme diversidade de cenários disponíveis
Calçada de São Francisco.
Uma singular perspectiva da Rua da Voz do Operário à Graça.
A Rua da Bica Duarte Belo aparece diversas vezes no decurso do filme e sempre em planos distintos.
Deserto, o Largo das Portas do Sol com uma única "turista".
A igreja de São Vicente de Fora.
Encontrada a sua paixão, no final do filme a protagonista consegue transportá-la até ao seu mundo imaginado, cada vez mais real.
Talvez por intenção, ou talvez não, a verdadeira Avenida 24 de Julho nunca aparece. Surge aqui junto ao Mosteiro dos Jerónimos.
Texto e imagens: Lisboa no cinema (adaptado)
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