domingo, 15 de março de 2020

Os "fabulosos" irmãos D'Andrade (2) - Francisco D'Andrade

 

Francisco Augusto D'Andrade (1856-1921) foi um barítono português que cantou papéis principais em óperas em toda a Europa, incluindo cinco anos como o principal barítono no Real Italian Opera em Londres e treze anos no Berlin Hofoper.

Os seus 35 anos de vida artística constituíram uma série ininterrupta de êxitos em toda a Europa. No seu vasto repertório figuravam mais de 50 óperas das mais famosas. Cantava em seis línguas. A sua interpretação no “Don Giovanni” de Mozart fez escola na Alemanha e foi unanimemente considerada paradigmática, tendo mesmo sido pintado no desempenho dessa personagem por Max Slevogt em 1902, 1903 e 1912 (em quadro patente na Alte Nationalgalerie em Berlim).


No blog “Operapertutti” é relatado a seguinte estória: "Há muitos anos, ao visitar em Salzburgo a casa de Mozart, deparei com um quadro retratando um cantor português, Francisco de Andrade. Com curiosidade, perguntei ao guia a razão pela qual um cantor português figurava ali, e a resposta foi simples: «Foi considerado, na sua época, o melhor "D.João" a nível mundial»".

Tal como o irmão, Francisco começou como actor amador. Atraído pela carreira musical partiu em 1881, com o irmão, para Itália para se dedicarem inteiramente à arte lírica, tendo tido como orientadores o tenor Corrado Miraglia , e após a morte de Miraglia, no final desse ano, o barítono Sebastiano Ronconi .



Estreou-se em 1882 em Sanremo, cantando “Amonastro” da “Aida” de Verdi, no Teatro Principe Amedeo em Sanremo. Nos anos seguintes, cantou em casas de ópera de Portugal, Espanha e Itália, incluindo o Teatro Costanzi, em Roma, onde interpretou o Conde de Luna, no “Il Trovatore” de Verdi, e Severo, na primeira apresentação de “Poliuto” de Donizetti.

Os irmãos foram contratados em 1884 pela casa de ópera de Aix-les-Bains, e posteriormente por casas de ópera em Itália, mas uma grave epidemia de cólera em Itália levou os dois irmãos a regressar a Lisboa.


Após esse período, Francisco D'Andrade e o irmão foram contratados para o Théâtre Privé d'Opéra em Moscovo, na Rússia, para a temporada 1885-1886. Francisco D'Andrade iniciou, então, em 1888, uma colaboração de cinco anos com o Real italiano Opera em Londres. Durante esse tempo, ele cantou uma ampla gama de papéis principais de barítono, incluindo os papéis principais em "Rigoletto" e "Don Giovanni".

Continuou a actuar pela Europa como cantor e recitalista convidado, mas fixou residência na Alemanha, onde, em 1894, recebeu a Grande Medalha de Ouro de Artes e Ciências de William II de Württemberg .


Francisco tinha uma casa em Bad Harzburg , que se tornou um centro não oficial da cultura Portuguesa na Alemanha e cantou regularmente com a Ópera de Frankfurt entre 1891 e 1910, bem como em outras grandes casas de ópera alemãs. E em 1906 tornou-se um membro oficial da Berlim Hofoper, onde já actuava desde 1889. E em 1901 cantou no Festival de Salzburgo na Áustria.

Francisco D'Andrade voltou para Lisboa durante a I Guerra Mundial, mas regressou para a Alemanha, e para a Berlim Hofoper, após a guerra terminar em 1918, tendo falecido em Berlim, em 1921, com 65 anos.

Fontes/Mais informações: wikipedia  / "O grande livro dos Portugueses" (Circulo de Leitores) / Blog da rua 9 / Ilustração Portuguesa / Revista Brasil-Portugal / Arqnet / youtube (audio) / forgotten operasingers / ipernity / operapertutti   


Sobre António D'Andrade

2 comentários:

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