Com o sucesso internacional de canções portuguesas como “Coimbra” (“Avril au Portugal”) e “Lisboa Antiga” (“Adieu Lisbonne”), Portugal esteve na moda durante os anos 50 tendo inspirado sucessos internacionais como “Lavandiéres au Portugal” e “Petticoats of Portugal”.
“Petticoats of Portugal” (“Rapariga do Portugal”) é uma canção popular norte-americana com música e letra de Michael Durso, Mel Mitchell and Murl Kahn.
Dick Jacobs and His Orchestra alcançou o 16º lugar no Top dos Estados Unidos em Outubro de 1956. Na crítica da Billboard, publicada na altura, e que é igualmente um reflexo do sucesso do tema, pois seis diferentes versões competiam por um lugar no top, era referido que: "Com "Petticoats", Jacobs apresenta uma faceta que irá vender por si próprio à primeira audição (“has a side which will sell itself on first listen”). O tema é contangiante e melodioso e a combinação da orquestra com o coro transmite-lhe uma curiosa produção".
Billy Vaughn and His Orchestra atingiu o nº 83 do Top Norte Americano em Dezembro de 1956.
Por outro lado, a versão de Caesar Giovannini alcançou a 19ª posição em Chicago e o nº 29 na Revista Cashbox, mas não entrou nas tabelas da revista da Billboard.
A estranha fixação da "música de elevador" por Portugal
Os anos 50 foram uma época de ouro para a chamada "música de elevador".
Curiosamente muitas dessas músicas debruçavam-se sobre países como Portugal. Mesmo que não tivessem letra, bastava estar atento aos seus títulos: "Portuguese Washerwoman”, “April In Portugal”…
Por que será ?
O fado como potencial moda latina
"Petticoats of Portugal” foi regravado por inúmeros artistas, incluindo Valentina Félix, uma cantora portuguesa radicada nos E.U.A.
Sam Chase referiu na revista Billboard que, após o sucesso da Bossa Nova, o Fado poderia ser uma das novas “Modas Latinas” (conjuntamente com estilos novos como o Bongoson, a Guarania e o Bambuco).
Segundo o jornalista, o Fado tinha alcançado um sucesso considerável na América Latina, sobretudo no Brasil. A qualquer momento poderia surgir uma combinação do Fado com um ritmo brasileiro, que pudesse originar uma nova moda.
Em São Paulo, a Adega Lisboa Antiga estava constantemente cheia de admiradores dos principais representantes do Fado no Novo Mundo, como Teresinha Alves (da Editora Continental) e Manuel Taveira (da RCA Victor).
O jornalista referiu igualmente que a editora Mointor tinha um importante papel no surgimento do fado com artistas como Valentina Felix e Fernanda Maria, realçando que o álbum “Petticoats of Portugal” de Valentina Felix representava uma novidade. Pela primeira vez uma cantora era acompanhada por um grupo instrumental (e não pelos tradicionais dois guitarristas), o Conjunto Cantares de Portugal. E havia o recurso à língua inglesa em duas canções: “Petticoats of Portugal” e “April in Portugal”, que podiam contribuir para a difusão deste estilo de música portuguesa.
Outras versões
“Petticoats of Portugal” foi regravado por artistas como Terry Lester, Ray Martin, Perez Prado, Tex Beneke, Florian Zabach (orquestra com coro), Lawrence Welk ou Warren Covington and The Commanders (em versão instrumental foxtrot).
O cantor brasileiro Cauby Peixoto lançou, em 1957, no seu segundo álbum, uma versão em português, em ritmo tango, com letra de Ghiaroni, intitulada “Garotas de Portugal”.
E Pierre Kolmann, pseudónimo do músico brasileiro Britinho, também gravou, em 1957, "Anáguas de Portugal", em versão instrumental.
Ray Franky interpretou “De Rokjes van Portugal”, em 1957, com letra em holandês de Lei Camps e Jos Dams.
Guy Belanger foi o responsável pela adaptação para francês, com o título de “Le Jupon du Portugal”, publicada por músicos como Tune Up Boys.
E Marc Fontenoy foi o autor da letra, com o mesmo nome, “Le Jupon du Portugal”, gravada por Johnny Grey (incluindo no EP "Cindy" que foi nº 1 na Bélgica em 1957).
“Muchachita de Portugal” com letra em espanhol de Alvey, pseudónimo de Alberto L. Martinez, foi gravada por artistas como os argentinos Los 4 bemoles.
James Last lançou, em 1973, uma versão instrumental com o título “In Portugal”.
E Lars Lönndahl e Monica Velve gravaram “Det bläser upp i Portugal”, com letra em sueco da autoria de Kairo.
A versão em Finlandês, “Portugalin Tuulispää”, da autoria de Pauli Ström, foi interpretada, em ritmo Béguin, por Olavi Virta.
E Börge Müller foi o autor da letra em dinamarquês, "Påenbænk i Lissabon", cuja versão foi gravada por Erik Michaelsen.
E a famosa actriz Jayne Mansfield também interpretou "Petticoats of Portugal" no seu álbum "An evening with Jayne".
Letra "Petticoats of Portugal"
When breezes blow petticoats of Portugal.
There’s quite a show on the streets of Portugal;
Each passer by winks his eye, whistles and smiles,
The ooh’s and ah’s, loud hurrahs, echo for miles;
The shapely gams, ‘neath petticoats of Portugal.
Start traffic jams,
But the cop on the square doesn’t care!
There’s not a guy alive who doesn’t thrive
On watching skirts go free!
Especially the petticoats of Portugal
Letra "Le Jupon au Portugal"
C'est si joli
Un jupon du Portugal
Jupon fleuri
Capiteux et virginal
(...)
C'est si grisant
Un jupon du Portugal
Qu'en le voyant
Tourner joyeusement
Dans un bal
Un grand amour peut naître en vous
Qui vous remplit de désirs fous
C'est idéal
Un p'tit jupon du Portugal
Fontes: wikipedia / TheOzHiztoryblog / Billboard
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