Distante de uma visão ortodoxa da Guitarra Portuguesa, António Chaínho há muito que procura a fusão deste instrumento com outras culturas, procurando desenvolver um certo experimentalismo à volta da Guitarra tradicionalmente ligada ao Fado.
Um marco importante disso mesmo foi a sua participação num disco de Maria Dollores Pradera, uma das maiores referências da música espanhola, ao lado de José Luís Alto e Carlos Cano.
A sua dedicação à divulgação da Guitarra Portuguesa evidenciou-se com o muito bem sucedido "A Guitarra e Outras Mulheres", um disco com a participação de Teresa Salgueiro, Filipa Pais, Marta Dias, Sofia Varela e das brasileiras Elba Ramalho e Nina Miranda.
Este "Lisboa-Rio" é, novamente, uma incursão nas capacidades tímbricas e rítmicas deste instrumento ligado ao fado, desta vez a servir de suporte aos sons vindos do Brasil.
Vários Nomes consagrados da Música do outro lado do atlântico emprestam a voz e a mestria nos arranjos destes doze temas, com autorias distribuídas pelo poróprio Chaínho, Caetano veloso, Celso Fonseca, Gilberto Gil, entre outros.
É de destacar a participação de Virgínia Rodrigues no tema "Fado Moderno" - com versos de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca - que de resto assumem grande parte das letras cantadas neste disco. Igualmente interessante é a participação de Ney Matogrosso no tema "Os argonautas", um original de Caetano Veloso.
Instrumentalmente este disco é também extraordinário. "Asa Branca", de Luiz Gonzaga transveste-se aqui de contemporaniedade, enquanto a famosa "Valsinha" de Vinícius de Morais e Chico Buarque, revisita de certa forma o ambiente da sua versão original.
Os temas instrumentais Rio 6:30 e Lisboa 23 H (originais de António Chaínho), mostram definitivamente que a Guitarra Portuguesa é, antes de mais, um instrumento extraordináriamente versátil e belo. Nas mãos do mestre.
Fonte: Portal do Fado
1 comentário:
Ao ouvir uma emissão do programa "Pessoal e Transmissivel" da TSF em que Carlos Vaz Marques entrevistou Misia foi referida a sua participação num projecto de John Turturro sobre a canção napolitana (Misia diz que é mais próxima do fado do que o flamenco). Nas trocas de galhardetes disse também que as fadistas que Carlos Saura conhecia era ela e Amália e chegou mesmo a ser convidada mas que depois não se chegou a concretizar.
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