Foi em "Salade Portugaise", lançado recentemente, que Shania Rivkas, uma jovem estoniana, que trabalha como intérprete no Parlamento Europeu, e às ordens da CIA, sob o nome de código Lady S., chegou a Lisboa para seguir uma pista que a podia levar a reencontrar o pai, que julgava morto, ao mesmo tempo que contribuía para desmantelar um atentado terrorista da Al Qaeda.
Escrito por Jean Van Hamme e desenhado por Philippe Aymond, tem na capa a protagonista em trajos menores, tendo por fundo uma boa perspectiva da cidade e do castelo de S. Jorge, e no interior uma atribulada refeição à sombra da ponte 25 de Abril, uma animada perseguição pelas ruas lisboetas com um eléctrico envolvido e um aparatoso acidente automóvel nos arredores de Sesimbra.
Fonte:Pedro Cleto (adaptado)
Shania e Ralph Ellington, agente da CIA, terão de partir para Lisboa afim de localizarem um indivíduo que afirma ter-se evadido de Zigursk, após a queda da URSS em 1991, e se apresenta como sendo um dos sábios que lá trabalhavam, e chama-se Abel Rivkas, tendo a sua evasão sido concretizada num cargueiro português.
E já no avião da TAP-Air Portugal que sobrevoa Lisboa - estupendo picado sobre uma Praça do Comércio (eu, apesar de republicano, prefiro chamar-lhe Terreiro do Paço) bem visível -, Ralph esclarece, para que Shania não crie falsas esperanças:
"Pelo contrário, ele pode ser um impostor, uma toupeira enviada pelo FSB (serviço de informações russo que substituiu o KGB, esclarecimento dado em rodapé), para descobrir os nossos segredos.
A partir daqui (prancha 13, página 17), a trama desenrola-se em Lisboa, por locais bem conhecidos, uns, outros nem tanto (eu, lisboeta, confesso que embora os reconheça, não me lembro onde ficam alguns deles), em acção num ritmo extremamente bem desenvolvido, com forte dinamismo, até à prancha 37 (página 41).
Finalmente, Shania e seu pai Abel Rivkas estão juntos, mas são perseguidos pelos espiões russos por outras paragens nos arredores de Lisboa - Azoia, por exemplo, como se lê numa placa - até a acção atingir um clímax de violência extremamente bem desenhado, que desagua numa cena de convivência onde participam dois veteranos dos seviços de informação portugueses (SIS?), de nomes Amalia (sem acento agudo no a) e Manoël (com trema, sinal que deixou de existir na língua portuguesa de Portugal após o acordo ortográfico de 1945...).
Fonte: Geraldo Lins (adaptado)
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