sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vasco da Gama em "A Africana" de Meyerbeer (1865)

"A Africana" é a ultima ópera de Meyerbeer. Estava em fase de produção quando da morte do compositor e, por isso, foi pedido ao renomado musicólogo Fétis para rever toda a partitura para a estreia.

Trata-se de uma grande ópera à boa maneira da época: Triângulos amorosos, uma prisão, povos exóticos, barcos apanhados em tempestades, rituais nativos, árvores venenosas e um auto-sacrificio…

O libreto teve como fonte de inspiração o poema “Le Mancenillier” de Millevoye, que conta a história de uma árvore cuja fragrância é venenosa e de um par de amantes.

Apesar de Eugène Scribe, o libertista, e Meyerbeer, terem começado a trabalhar na ópera em 1837, rapidamente a puseram de lado para se dedicarem a "Le Prophète". Só quando terminaram este trabalho é que voltaram à "Africana", para mais uma vez ser interrompida.

Com tantas interrupções só terminariam o primeiro esboço em 1843 que seria inteiramente revisto. A acção do libreto original passar-se-ia entre África e Espanha, mas na última revisão, efectuada em 1857, a personagem principal passa a ser Vasco da Gama, e os locais da acção passam para Portugal e para as costas de Madagáscar e/ou Índia.

Embora o nome se tenha mantido “A Africana”, as referências a rituais brahmas e aos deuses indianos são uma constante.

A Africana foi estreada na Ópera de Paris a 28 de Abril de 1865. O triunfo foi imediato e rapidamente se espalhou a outras casas de ópera por toda a Europa.

Fonte: Mezza Voce

1 comentário:

Blogger disse...

https://e-cultura.blogs.sapo.pt/um-livro-recente-sobre-opera-e-teatros-660175


'o livro de Antero Palma-Carlos contém referências desenvolvidas e evocações selecionadas de óperas, portuguesas ou não, relacionadas com temários, situações e personagens ligados à história de Portugal ou à sociedade portuguesa: “D. Branca” de Alfredo Keil, “Vasco da Gama - L Africaine” de Meyerber, “Jessonda” de Spohr, “Il Guarany” de António Carlos Gomes, “D. Sebastien Roi du Portugal” de Donizetti, “L'Hotellerie Portugaise” de Cherubini, “Blimunda” de Corghi, “Les Diamands de la Courone” de Auber'

Jessonda decorre na India (em Goa) e dois dos personagens principais são portugueses (o Coronel Pedro Lopez e o General Tristan d'Acunha"

"Les diamants ..." conta a história de princesa portuguesa, Catarina, que "conspira2 com uns bandidos após ser forçada a vender as jóias da coroa (referidas no título)

“L'Hotellerie Portugaise” não teve sucesso aquando da estreia em França,em 1798, mas foi recuperada em meados do século XX em vários teatros italianos