quarta-feira, 15 de julho de 2009

John Philip de Sousa, compositor e maestro (1854-1932)

Entre os cidadãos americanos de origem lusa, nenhum terá, decerto, granjeado tanta popularidade como John Philip de Sousa, que chegou, com inteira justiça, a ser considerado o músico mais famoso do seu tempo.

Nascido em Washington, a 6 de Novembro de 1854, John Philip de Sousa era filho do português António Sousa e de uma austríaca, Marie Elisabeth Trinkaus.

António era natural de Sevilha, onde os seus pais, João António de Sousa e Josefina Branco (que algumas fontes referem serem originários dos Açores), se terão refugiado (por motivos políticos?) durante a Guerra Peninsular.

Sem dúvida influenciado pelo pai, músico virtuoso e muito apreciado, desde cedo, aos seis anos, o pequeno John se dedicou ao estudo da música, com especial incidência no violino (a sua primeira paixão) e na actividade de composição.

Cultivando a marcha com grande mestria (chegaria a compor mais de 100!), confere-lhe uma nova vitalidade rítmica e melódica. Assim, composições como “Semper Fidelis”, que virá a ser adoptada como hino do US Marine Corps, “Hands Across the Sea” e “The Liberty Bell” tornar-se-ão mundialmente famosas e valer-lhe-ão o título de “Rei das Marchas”. E é justamente uma marcha sua, a “Washington Post”, que em 1890 é adoptada como padrão para a dança Two Step, que, na altura, faz furor nos dois lados do Atlântico.

Mas não era só nas marchas que o seu génio musical se manifestava. A opereta foi outra das suas preferências, tendo quatro das que compôs (“El Capitan”, “The Charlatan”, “The Bride Elect” e “Chris and the Wonderful Lamp”) sido produzidas na Broadway, com a primeira, “El Capitan”, a ver a sua estreia em 1895.

John Philip de Sousa é igualmente reconhecido por ter idealizado e dado nome ao Sousafone.


Outra faceta da sua polivalência artística manifestou-se na escrita, com sete livros publicados, entre os quais uma autobiografia, um manual sobre a condução de orquestras e algumas obras de ficção, como “Pipetown Sandy”, relato das aventuras de um rapaz em Washington no período da Guerra Civil (provavelmente recuperando algumas memórias da própria infância), e a novela “The Fifth String” um conto faustiano de um jovem que vende a própria alma para poder comprar um violino e captar a atenção da sua amada.

Escreveu também poesia (foi autor das letras da maior parte das suas canções) e vários artigos de jornal sobre os temas que apaixonadamente defendia.

Em 1896 o seu fervor patriótico era vertido na sua marcha mais famosa, “Stars and Stripes Forever”, que em 1897 seria adoptada pelo Congresso Americano como a marcha nacional dos Estados Unidos. Ainda hoje o nome de John Philip de Sousa é, automaticamente, associado àquela composição.

A influência musical de John Philip de Sousa faz-se sentir muitos anos passados sobre a sua morte, sendo as suas marchas frequentemente tocadas em concertos, eventos desportivos e em cerimónias militares ou civis (na verdade, algumas delas já ganharam um carácter marcadamente “civilista”).

Fonte: Marinha (adaptado)

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