quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Diário de uma viagem a Lisboa" de Henry Fielding (1707-1754)


"Diário de Uma Viagem a Lisboa" insere-se na narrativa de viagem, género literário com que Fielding mantinha uma relação irónica.

Com a saúde arruinada por excesso de trabalho e por um estilo de vida castigador, Fielding apanha em 1754 um veleiro com destino a Lisboa, na esperança de que um clima mais ameno o faça recuperar.

Publicado postumamente, "Diário de Uma Viagem a Lisboa" descreve a sua viagem até Lisboa e há um parágrafo, no fim, que é quando ele chega à cidade.

Está tão inchado que tem de ser levado para a cidade para jantar, e a única coisa que ele diz sobre Lisboa é que foi transportado para "a cidade mais nojenta da Terra". Termina assim o livro.

Lisboa vingou-se de Henry Fielding, porque ele teve de ficar aqui para sempre [está enterrado no cemitério dos ingleses], depois de ter sido tão desagradável para com ela.

Fonte: FCSH (Jonathan Coe)

Relatos de viagens

O papel creditado á viagem na formação do gentleman corresponde a uma tradição essencialmente britânica que remonta à época isabelina, se aprofundou sob o consulado Stuart, tendo-se popularizado durante o século XVIII.

Tal tradição alicerçava-se no reconhecimento da importância do contacto dos jovens com o mundo real, complementando a educação tradicional, livresca e académica. (...)

O Grand Tour [subordinando-se ao tema pleasure and instruction, preconizado por Fielding], inicialmente circunscrito à Itália e à França, passaria, a partir de meados do século XVIII a incluir destinos mais diversificados, abrangendo as regiões mais remotas ou periféricas do continente europeu e, nomeadamente, as nações ibéricas.

O Terramoto de Lisboa, de 1755, mais intensificaria a romaria dos britânicos (...)

Mais informações "O Monumento de Mafra visto por estrangeiros"

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